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VALENTINA BORNACINA: NEGÓCIOS DE MODA

Entre fotografias, pesquisas, maquiagens e afins, não é novidade que trabalhar com moda é muito diferente do que retratam nas séries e filmes que assistimos viciosamente desde sempre. Acho que todo mundo que compartilha um mínimo interesse por moda já sonhou em trabalhar com isso, seja abrindo uma marca ou tampando em alguma revista famosa.

Porém, entre devaneios e realidades, hoje trouxe o relato de quatro pessoas que concretizaram os seus sonhos e estão trabalhando em suas próprias marcas. Seja para te inspirar ou te fazer desistir de vez, ai vão as percepções, realizações e decepções de quem trabalha nesse mundo tão enigmático e curioso.

 

 

Isis da Isis @isisbyisis

 

Nascida de uma paixão e um encontro, a Isis veio da inspiração de ser mulher, da sensualidade e luta que isso carrega, levando inclusive o nome de sua criadora. Para quem conhece a Isis, sabe que suas peças traduzem um mundo de imaginação que apenas a vivência feminina poderia trazer, e para quem não conhece: conheça.


Apesar das marcas envolverem X e Y processos, algumas dependem de uma força maior e as vezes mais difícil do que um fornecedor atrapalhado: elas dependem da criatividade de quem as cria. “Viver é um processo criativo”, afirma Isis, e seja isso maravilhoso ou condenador, os dias menos dinâmicos vem, e com eles o ocasional desânimo de manter uma marca sozinha.

 

Entre conhecer seu ciclo para driblar a falta de criatividade e se adaptar para um novo modelo de negócios online causado pela pandemia, a Isis está frequentemente se reinventando nas peças e comunicações, talvez assim demonstrando outra faceta do poder feminino: a adaptabilidade.

 


Carol da Nada Crua @nadacrua

 

Entre viagens e garimpos, o brechó Nada Crua nasceu em 2018 a partir da busca de autenticidade na forma de se vestir. Aquariana e ativista, um dos desafios e inspirações da Carol em relação a sua marca é a procura pela expressão através das roupas que ela garimpa: ‘moda com alma’, em contrapartida das tendências massificadas e repetitivas disseminadas pelo fast fashion. O que vestimos é político, é impacto, é revolucionário, e o que é mais inovador do que dar uma nova vida a uma peça?

 

Indo de garimpos, restaurações, sessões de fotos, precificações e pesquisas, todos os processos envolvidos em um brechó são tão complexos quanto o de uma loja que cria as próprias peças. Porém, mesmo com todo o trabalho envolvido, ainda existe muito misticismo e  preconceito acerca dos brechós, o mito da “roupa usada tem que ser barata” ainda segue muitas pessoas. Consumir em brechós vai muito além do que uma ‘reciclagem de peças esquecidas’, é um consumo ativista, ambiental, ressignificativo,  autêntico, e talvez transmitir isso para pessoas acostumadas com um consumo momentâneo, etéreo e extremamente barato seja um dos maiores desafios presentes hoje em dia.

 

 

Sofi da Sodro @itsodro

 

Inicialmente um brechó, a Sodro foi idealizada pela Sofia, pelo Lucas e pela Carol (do financeiro). A marca sempre foi uma ferramenta de expressão, onde seus ‘tripulantes’ traduziam seus gostos, preferências e entretenimentos em estampas de camisetas geniais e peças de roupas descomplicadas. Com desenhos honestos e uma comunicação aberta e dinâmica, a Sodro rapidamente ganhou um espaço no armário e coração de qualquer pessoa fizesse parte do role. 

 

Porém, quem aqui nunca passou raiva com os correios ou se irritou com alguém que não entregou um pedido na data? Com eles o esquema acabou sendo o mesmo. Um dos maiores obstáculos acabou por vir do ‘backstage’ das coleções: de problemas com prazos dos fornecedores a fretes mais caros do que esperados, estes problemas técnicos travaram desde a produção até as vendas.

 

Quando pensamos em ter nossa loja, o que vem a cabeça normalmente são os desenhos, os cortes, a pira tirada e a venda. Porém, uma marca não se faz apenas com uma comunicação genial e boas peças, o processo todo envolve muitas pessoas e muitas realidades – consequentemente envolvendo mais chances das coisas darem errado.

 

 

Nathalia da Rise Away @riseawaycompany

 

Indo em defesa de todos os emos e clubbers, a marca de acessórios Rise Away já era planejada pela Nathalia desde que ela descobriu que faria faculdade de moda. Mesmo sendo um sonho antigo, ele só se concretizou após no começo de 2020, quando ela se mudou para SP.

 

Para alguns negócios que nasceram durante a pandemia, a adaptação ao modelo online foi tranquila ou inexistente. Porém, junto com isso veio outra dificuldade: a terceirização da mão de obra.  De social media a execução dos produtos e venda, aprender um pouco sobre cada área se torna uma crescente dificuldade para quem tem uma marca pequena, “mas ao mesmo tempo é lindo de ver tudo ser construído de forma independente”.

 

Seja onde for, eu creio que os perrengues apareçam em todas as profissões. Afinal, eles que fazem a vida ser um pouco menos monótona do que esperávamos que ela fosse. Entre problemas com fornecedor, mão de obra, criatividade ou até mesmo crenças da sociedade, o que resta no final do dia é a paixão de se fazer o que gosta. E isso que acaba contando, certo?

 

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